segunda-feira, 26 de março de 2012

The Michael Jackson Tapes (trecho do livro do rabino)





The Michael Jackson Tapes ( Versão para os fãs)Um ícone trágico revela sua alma numa conversa íntimaEssas conversas foram gravadas entre Agosto de 2000 e Abril de2001. MichaelJackson não falava mais com Shmuley depois de 2001, devido ao fato de Shmuley estar roubando o dinheiro do centro de caridade Heal The Kids Charity de Michael Jackson.Nesse livro foram retiradas todas as opiniões rudes e negativas de Shmuley.As conversas estão completas e na íntegra. Nada foi editado nessas conversas.Essa versão é para os fãs que querem ler as conversas sem os odiosos comentários do Rabino.



O ESCRITO ESTAVA NA PAREDE: Falando sobre morrer jovem

Shmuley Boteach: Então você diz que o melhor que já aconteceu com os Beatles foi o fato deles terem se separado, e por isso tiveram essa longevidade, por que de repente, kaboom!, eles não estavam mais por aí, então se podia mais ficar entediado com eles?



Michael Jackson: Sim, Marilyn Monroe morreu jovem. Você não a viu envelhecer e ficar feia. Quero dizer que esse é o mistério de James Dean.

SB: E pessoas dizem sobre os Beatles " Gostaria que eles estivessem junto"

MJ: Sim, sim.

SB: E você ( o fã) se tornou parte do desejo então. O público os mantém por que quer muito que eles voltem

.MJ: Absolutamente, ou então eles se tornariam reclusos e velhos agora, e você não se importaria.

SB: Então esse é o argumento, Michael, para você um dia dizer "É isso!" e desistir?

MJ: Sim, eu gostaria de sumir de algum jeito onde ninguém pudesse mais me ver até certo ponto e apenas fazer o que eu faço pelas crianças, mas sem ser visto. Desaparecer é muito importante. Somos gente de mudança. Precisamos mudar nossas vidas. Por isso é que temos inverno, primavera, verão, outono.

SB: Okay, mas você quer uma vida longa e saudáveç. Você não quer desaparecer como, Deus me perdoe, do mesmo modo que essas outras estrelas desapareceram, do jeito que foi com Marilyn Monroe. Você não quer morrer jovem?

MJ: Um, você está me fazendo uma pergunta interessante. Tem certeza que quer minha resposta?

SB: Quero.

MJ: Okay, eu vou te dar uma resposta honesta. Okay, um. Meu maior sonho que deixei para trás - Eu alcancei todos os meus sonhos com a música e com tudo o que eu amo na música e entretenimento - Essa é a iniciativa das crianças, isso é o que estamos fazendo. Mas, um, por que eu não me importo [com nada mais], eu realmente não me importo, não me importo com a [carreira], eu honestamente não me importo Shmuley. O que me mantém seguindo em frente são as crianças, ou então eu iria, eu iria seriamente... Eu já te disse isso antes, eu juro por Deus que estou certo de cada palavra. Eu iria, eu me jogaria da torre se não fosse pelas crianças ou os bebês. E essa é a minha real e honesta [resposta]... e Eu já disse antes, se não fosse pelas crianças eu escolheria a morte. Falo de todo o coração.

SB: Escolheria a morte como Marilyn Monroe?

MJ: De certa forma. Eu iria achar um jeito de sair do planeta pois eu não me importaria em viver mais. Estou vivendo por esses bebês e crianças.

SB:Você as vê como uma parte, uma centelha de Deus na terra?

MJ: Eu juro que são.

SB: Então para você é a coisa mais espiritual do mundo?

MJ: Não há nada mais puro e espiritual para mim do que crianças e eu não consigo viver sem elas. Se você me disser agora " Michael, você nunca mais poderá ver outra criança," Eu me mataria. Eu juro para você que me mataria por que não teria mais pelo o que viver. É isso. Honestamente.



SB: Então você quer ter uma vida longa?

MJ: Deixe eu retratar essa palavra 'jurar' por que eu não juro por Deus. Eu retrato isso. Eu não quero usar essa palavra. Pergunte isso de novo?

SB: Você disse que quer desaparecer. Você acha importante desaparecer?

MJ: Eu não quero uma [vida] longa... Eu não gosto, eu não gosto, não gosto. Eu acho que envelhecer é a coisa mais feia . Quando o corpo deteriora e começa as rugas, eu acho isso feio. Eu não quero, isso é algo que eu não entendo. Eu realmente não entendo. E as pessoas dizem que envelhecer é bonito e isso e aquilo. Eu discordo. Discordo totalmente.

SB: Então você quer morrer antes que isso aconteça?

MJ: Um... Eu não quero envelhecer. Eu gostaria de...

SB: E se você puder permanecer jovem em espírito, Michael?

MJ: Sim, isso é importante para mim.

SB: Você pode ter rugas, mas não quer ver Prince e Paris crescer?

MJ: Sim, eu quero.

SB: Não quer ver os filhos deles?

MJ: Eu só não quero ficar velho e começar a esquecer. Eu quero sempre ser juvenil e ter energia para correr por aí e brincar de esconde-esconde, que é a minha brincadeira favorita. Eu queria tanto brincar pela casa da última vez que estivemos lá, pois a casa é grande para isso. Um, Eu odeio ver gente envelhecendo, Shmuley.

SB: Você não tem visto pessoas que envelhecem, mas mantém sua juventude. Eles comportavam como se ainda fossem jovens?

MJ: Sim, quando se tem um coração jovem, eu amo isso. Quando eles começam a esquecer e a enrugar, [e] seus corpos começam a deteriorar, isso me machuca. Ou quando eles ficam...

SB: Com quem aconteceu isso dentre aqueles que você amou? Sua mãe envelheceu para você? Seu pai? Algum outro artista que você conheça na idustruia que envelheceu?

MJ Sim, pessoas que amei muito e que morreram e eu nã entendo por que. Eu era apaixonado por esse homem, apaixonado. E ele era meu amigo, Fred Astaire, e não entendo. Veja, Fred, desde que eu era pequeno, um menino, Fred Astaire vivia bem perto de nossa casa e ele costumava conversar comigo o tempo inteiro quando eu era pequeno e sabe ele me ensinava coisas, ele me dizia ' sabe você vai ser uma grande estrela' e toda essa coisa e eu nem pensava nisso quando era pequeno. E vê-lo dançar nos filmes, eu fiquei maravilhado. Eu não sabia que alguém podia se mover tão belamente, sabe? e, um, quando eu o vi chegar ao ponto...Um dia ele disse para mim, " Sabe Michael, eu, se eu der um giro agora, eu cairia de cara. Meu equilíbrio se foi totalmente." E quando ele atendeu a porta de casa quando fui visitá-lo, era assim que ele [andava], desse jeito Shmuley. Pequenos passinhos e isso me partiu o coração. Aquilo me machucou, e no dia em que ele morreu, aquilo me matou, me matou. Me destruiu. E isso é...

SB: Mas o quê aconteceu com [Princesa] Diana, aquilo foi uma tragédia enorme, Michael.

MJ: Aquilo foi uma tragédia enorme. Aquilo me matou. Matou todo mundo, eu acho.

SB: Não é bom morrer jovem. Te faz um mito. Mas a vida é tão preciosa, não é?

MJ: A vida é bela e preciosa.

SB: Então você acha que um dia você vá se tornar apenas um mito.

MJ: Olha, por que não podemos ser como as árvores? Isso é, sabe, elas perdem suas folhas no inverno, e retornam mais belas ainda na primavera, sabe? É um senso de imortalidade nelas, e a Bíblia diz que o homem foi feito para a imortalidade. Mas por causa do pecado e tudo isso, temos a morte.--("Por intermédio de um só homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado, e assim a morte se espalhou a todos os homens por que todos tinham pecado -... Pela falha de um só homem a morte reinou... Pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores." Romanos 5:12,17,19) --*Acrescentado*

SB: Mas talvez você vá para um lugar diferente, para um lugar maior, e sua alma, sendo de repente irrestrida, pode de verdade chegar mais perto das pessoas. Pense nisso. Deus está aqui agora, Michael. Nós dois acreditamos nisso, embora não possamos tocá-lo ou sentí-lo. A alma das pessoas que amamos é diferente?

MJ: Eu amaria voltar como, como uma criança que nunca envelhece, como Peter Pan. Eu desejo, eu gostaria de acreditar que isso seja verdade, que eu possa continuar voltando. Eu espero que isso seja verdade, eu adoraria acreditar nisso, Shmuley.

SB: Em reencarnação? Manter-se reencarnando como bebês?

MJ: Sim, embora nossa religião [Testemunha de Jeová] fale contra isso, não há coisa como [reencarnação]... Quando você morre, a alma morre e se torna como esse sofá, os mortos, sabe? Mas há a promessa de ressurreição e tudo mais.--("Todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão." João 5:28 - "Eu tenho esperança para com Deus... de que haverá uma ressurreição tanto de justos quanto de injustos." Mateus 24:15 - "O mar entregou os mortos neles, e a morte e o Hades entregaram os mortos neles, e forma julgados invidualmente segundo suas ações. E a morte e o Hades forma lançados no Lago de Fogo" Apocalipse 20: 13, 14)--- *para entenderem , acrecentado*

SB: Mas para os Hindus, eles acreditam que voltam.

MJ: Eu gostaria de acreditar, e eu gosto do que os egípcios e os africanos fazem para enterrar [seus mortos]... Eu gostaria de ver, nós gostariamos de ver, como é o outro lado, não é mesmo?

SB: Desejamos saber o que há depois da vida,como é o céu.

MJ: Sim , por que há muitos conceitos.

SB: Você acredita que há crianças brincando no céu?

MJ: Oh, Deus, eu rezo para que seja assim.

SB: Há adultos brincando lá também?

MJ: Eu pensaria que sim e pensaria que eles seriam bem como as crianças. Como Adão e Eva, é um jardim feliz, um lugar pacífico e perfeito. Eu rezo para que seja assim.

SB: Você tem medo da morte?

MJ: Sim.

SB: Todos nós temos.

MJ: Eu sempre disse que gostaria de ser enterrado onde haja crianças. Eu as quero perto de mim. Eu me sentiria mais à salvo assim. Eu as quero perto de mim. Eu preciso do espírito delas me protegendo. Sempre vejo isso em minha mente e eu me vejo eu odeio ver isso. Eu me vejo e vejo crianças jazendo para me proteger.


SB: Houve alguma idade específica onde você percebeu, "Oh, nossa, perdi minha infância?

MJ: Sim, eu me lembro distintamente...É como estar numa viagem onde não se pode sair e pensa, "Oh meu Deus, O quê eu fiz?" E você está comprometido e não pode sair. Isso me aconteceu antes da adolescência. Eu queria tanto brincar no parque do outro lado da rua onde outros garotos jogavam baseball e futebol, mas eu tinha que trabalhar. Eu podia ver o parque depois da rua. Mas eu tinha que ir para o outro prédio para trabalhar nos álbuns até tarde da noite. Eu me sentava lá e ficava olhando as crianças com lágrimas rolando pelo rosto e eu dizia, " Eu estou preso e eu tenho que fazer isso pelo resto da minha vida. Eu tenho um contrato." Mas queria muito ir lá e isso estava acabando comigo, só para fazer um amizade para dizer um 'oi'. Eu costumava andar pelas ruas procurando alguém para conversar. Eu te disse isso.

SB: Quantos anos você tinha?

MJ: Foi durante a época de Thriller.

SB: Então você era a maior estrela do mundo e...

MJ: Eu estava procurando alguém para conversar. Eu era tão solitário que chorava no quarto. Eu pensava " É isso. Eu vou sair daqui!" E eu saia pelas ruas. Eu me lembro de perguntar para pessoas "Quer ser meu amigo?"

SB: Eles provavelmente ficavam em choque.

MJ: Eles ficavam assim "Michael Jackson!" E eu pensava "- Oh Deus! Eles vão ser meus amigos só por que eu sou Michael Jackson? Ou por apenas por mim?" Eu só queria alguém com quem conversar.

SB: E você encontrou?

MJ: Sim, bom, eu fui ao parque e havia garotos se divertindo.

SB: Foi aí que você decidiu que crianças eram a resposta. Eram as únicas que te tratavam como pessoa?

MJ: Sim, é verdade.

SB: Então foi nessa idade que você percebeu "Oh nossa. Eu perdi minha infância, porque essas são as únicas pessoas com quem eu posso me identificar!"

MJ: Eu sofri muito nesse processo. Eu sabia que havia algo errado comigo nessa época. Mas eu precisava de alguém... Provavelmente é por isso que tenho manequins. Eu diria que eu sentia que precisava de pessoas, e eu não tinha... Eu era tímido demais para estar com pessoas reais. Eu não conversava com elas. Eu era meio que como velhinhas conversando com plantas. Mas eu pensava que eu queria algo que me fizesse sentir que eu tinha companhia. Eu sempre pensava, "Por que eu tenho isso?" Eles eram como bebês, crianças, e pessoas, e me faziam sentir que havia pessoas comigo.

SB: Por que você era tão tímido para conversar com pessoas reais? Era por que você só havia aprendido a performar e não tinha tido a oportunidade de sair?

MJ: É isso. Não havia 'saídas'.

SB: Você ainda se sente solitário?

MJ: Não do jeito que era. Não.

SB: Logicamente que você tendo filhos isso fez uma grande diferença. Mas há uma parte de nós que não á apenas ser pai. Há uma parte de nós que precisa de outras formas de interação.

MJ: Que tipo de interação?

SB: Alguém em que você possa buscar alívio emocionalmente de uma forma que Prince e Paris não poderiam entender.

MJ: Mmmmm. Amigos e certamente pessoas em que se possa confiar. Elizabeth [Taylor], ou quem quer que seja... Mac [Macaulay Culkin], Shirley Temple [Black], pessoas que estiveram lá.

SB: Então são sempre pessoas que passaram pelo o que você passou, todas essas estrelas mirins?

MJ: Eles [pessoas que foram estrelas mirins] dizem, "Sim, eu sei o que você quer dizer," mas não sabem. Só estão tentando concordar com você.

SB: Você sempre discute com amigos que foram estrelas mirins coisas individuais que aconteceram com eles? Ou você nem precisa dizer: "Você meio que entende?

"MJ: Sabe, é como telepatia. Eu gostaria que você pudesse ter visto Shirley Temple e eu. Apenas algumas semanas antes dessa conversa Michael tinha ido visitar Shirley Temple Black em São Francisco.

SB: Você ainda tem contato com ela?

MJ: Vou ligar para ela. Eu tenho que ligar para ela de novo. Eu sempre a agradeço e ela continua me perguntando porque e eu respondo " Por causa de tudo o que você fez por mim!"

SB: Acha que irá dedicar uma canção para ela?

MJ: Eu adoraria.

SB: Então Macaulay Culkin não precisa te dizer " Eu estava no set e isso aconteceu com o meu pai." Vocês nem precisam ter uma conversa assim?

MJ: Oh sim. Há um pequena alma preciosa que é um bebê, Macaulay Culkin, que imaginava "Como fui pego em tudo isso? Eu nunca pedi para ser ator." Ele sempre quis sair. Você precisa observar a energia dele quando ele fica nervoso com o pai, cara, isso o fere e é isso o que acontece, sabe? Oh, mas eu me vejo como ele. [Michael grita] " Mac venha aqui!" o grito...

SB: Então isso te relembra o que você teve que passar? Ele fez muitas escolhas que você fez. Ele tentou se segurar a infância dele o quanto possível. Mas há outras estrelas mirins que não conseguiram, como Brooke Shields, que para o mundo parece não ter tido escolhas na infância, ela não tentou redescobrir a infância dela. Você acha que é um preço? Você acha que Macaulay Culkin, você e outros possam ser mais saudáveis por que entendem o que perderam e que precisam compensar?

MJ: Sabe, com certa pessoas eu entendo e com outras não. Com ela começou como sendo modelo, então não era como estar no set o dia todo, todos dos dias. Ela era modelo. Ela não era uma estrela de cinema até querer, Eu acho que foi em Pretty Baby onde ela interpretou uma prostituta na idade de... Eu acho que foi por volta dos 12 anos. Era mais fotografia, então não era como foi para nós, o dia todo, da manhã à noite. Eu acho que isso afeta as pessoas de formas diferentes, mas é sempre a mesma coisa. Ela é um doce, esperta. Não é uma tonta. Ela é esperta mesmo. Muita gente pensa que quando alguém bonito é tonto também. Mas ela é muito esperta.

SB: Quais outras estrelas mirins você teve amizade?

MJ: Não sobraram muitas delas. O que assusta. Muitas delas se destróem.

SB: Aos treze anos você se tornou personagem de uma série de desenhos animados. Foi difícil lidar com isso?

MJ: Eu acordava toda manhã de sábado. Mal podia esperar.

Assista abaixo os dois episódios:

SB: Para assistir os Jacksons?

MJ: Para assistir o desenho dos Jackson five. Eu me sentia tão honrado por ter virado personagem de desenho. Eu estava tão feliz, você não faz idéia. Não tinhamos que fazer nada. Era a voz de outra pessoa. Eles só nos 'animaram' e usaram nossas canções que cantamos por anos e anos. Eu me lembro de estar em Brunei num hospital fazendo um show para o Sultão. Era o hospital mais bonito que eu já tinha visto na vida e eu estava lá deitado na cama e na TV estava passando o desenho dos Jackson 5, e eu não podia acreditar. Era exibido o tempo inteiro. A mesma companhia fez os Beatles, The Osmonds e os Jackson 5.

SB: Então era uma das coisas que você mais gostava?

MJ: Oh, eu adorava.

SB: Isso fez você se sentir mais conectado com as crianças pelo mundo? Pois você sabia que elas iriam assistir, certo?

MJ: Eu adorava. Me pôs em outro mundo. Era como " Deus, eu estou em outro mundo." Eu me senti especial. Eu acho que me senti mais especial por isso do que pelos hits records e shows e tudo. Isso me impressionou mais do que qualquer outra coisa.



Michael fala sobre o pai e o comportamento das esposas dos irmãos. 

SB: Agora, sem seus cinco irmãos você ganha mais atenção do que eles. Você estava se tornando uma estrela quando começou uma carreira solo. Foi difícil para seus irmãos lidar com isso? Havia alguma analogia na historia bíblica de José e seus irmãos, no fato dele ter mais atenção até o ponto de machucá-lo?

MJ: Isso não me vinha à mente e eu não via isso até então, só mais tarde. Minha mãe viu, mas ela não trouxe isso para a minha atenção. Mas eu acho que as esposas meio que instigaram isso. Foi o que rompeu o grupo. Esposas foram o que separaram os Beatles. Foi o que separou Martin e Lewis. Foi o que separou todos os grandes atores. As esposas se envolvem e começam a dizer para um membro (do grupo) "Você é a estrela. Ele precisa de você e não você dele." Então ele vinha para o trabalho no dia seguinte cheio de orgulho e começava uma briga. E foi o que aconteceu comigo e meus irmãos. Elas fizeram isso. Eu vi acontecer.

SB: Foi o que te manteve um pouco distante do casamento?

MJ: Foi. Eu disse " Não quero ser parte disso." Eu disse. " Eu não vou me casar." Eu disse isso por anos.

SB: Havia alguma forma de parar isso? Você poderia ter dito aos seus irmãos, "Olha! O quê está acontecendo conosco?" Você poderia ter parado isso? Eles se casaram cedo. Eles deviam estar se sentindo sozinhos também.

MJ: Eles se casaram cedo para fugirem do meu pai, para saírem de casa. Imploramos para eles não se casarem, mas eles casaram.

SB: Por que você ficou na casa?

MJ: Eu estava no auge de Thriller. Eu pensava que ainda era um garotinho. Não era hora de eu ir ainda. Eu ainda sou menino. Não era hora de sair de casa ainda. Eu realmente sentia isso no coração.

SB: Mas você ainda tinha medo de seu pai? Como você junta isso?

MJ: Ele não era mais meu empresário na época, mas ainda recebia o cheque de royalties. Ele estava mais calmo e tinha orgulho de mim. Mas não dizia.

SB: Você queria ouvir isso dele?

MJ: Eu precisava disso.

SB: Mais do que ninguém no mundo?

MJ: Sim.

SB: Ele ainda não disse. E não diz agora? Você acha que ele sabe que você é a maior estrela do mundo, ou você ainda acha que na cabeça dele ainda não entrou isso?

MJ: Ele sabe disso, mas acha difícil elogiar e foi isso que me fez ser um perfeccionista tentando impressioná-lo. Se ele estivesse na platéia e fizesse uma cara assim [Michael faz a expressão] ele conseguia assustar muito e você iria pensar , "Eu não posso estragar tudo. Ele vai nos matar." Todos estariam aplaudindo e ele estaria assim " Vou pegar pesado com você. Não estrague tudo," E eu pensava, "Deus estou ferrado depois do show."

SB: Dado isso há duas forças motivadoras na vida, medo e amor, você acha teria ido mais longe ainda se a motivação tivesse sido o amor? Como se seu pai tivesse dito " Michael, eu vou te amar de qualquer jeito, mas consegue fazer isso," Claro, agora você pode depreciar o medo que seu pai instalou em você. Mas o problema com isso é que você se tornou a maior estrela no mundo. Então talvez medo seja uma força motivadora melhor do que o amor. Para ser exato, eu não acredito nisso. Mas os seus exemplos não mostram que isso é verdade?

MJ: Eu acho que há um equilíbrio. Vale à pena desistir da paternidade? Vale à pena desistir do amor que eu poderia ter concedido o melhor de mim para ele, e ter a aquela camaradagem quando nos olhamos nos olhos passeando pelo parque de mãos dadas? Eu não acho que vale a pena desistir de tudo isso. Sinto muito. Isso é precioso.



SB: Se sua carreira agora sofre por ter estado nas mãos de seu pai, você está preparado para aceitar o preço?

MJ: Não, eu não estou preparado para isso. Eu posso fazer as duas coisas. Eu sinto que tenho que fazer.
Ele fez um trabalho brilhante em me treinar para os palcos para ser um artista, mas [como] pai ele foi muito, muito rígido. Eu odeio julgá-lo, mas eu teria feito as coisas bem diferentes como pai. Eu nunca senti amor por ele. Eu me lembro de estarmos num avião e ele costumava me carregar para dentro por que eu odiava a turbulência e eu ficava gritando e chutando por que iríamos viajar com tempestades. Eu me lembro disso claramente. Ele nunca me abraçou ou me tocou e a comissária de bordo tinha que vir e segurar a minha mão e me acalmar.

SB: Ele era um homem bravo?

MJ: Eu acho que ele era amargo. Não sei por que. Cara, ele não é mais assim, mas ele era durão. A pessoa mais durona que eu já havia conhecido.

SB: E se alguém tivesse dito á você, "Olha Michael, você pode ter os dois jeitos. Ele era um grande empresário, mas não um caloroso e afetuoso pai. Ele te ensinou a caminhar e te disciplinou." Você vai dizer que estaria preparado para desistir de ser o artista que mais vende só para ter uma infância cheia de amor? Ou você sente que a escolha não é necessária, e que você poderia ter sido quem é sem isso?

MJ: Ele poderia ter feito todas as outras coisas comigo e ter tido tempo para ser pai, jogar bola e brincar às vezes. Eu me lembro que te disse uma vez que ele me pôs em cima de um pônei. Eu não acho que ele perceba o quanto isso ficou marcado o meu cérebro para sempre.

SB: Essa é a história mais comovente sobre paternidade que eu ouvi. Que um gesto tão pequeno por parte de um pai para com o filho pode ser uma marca tão indelével que possa ser tão espantosa e tocante.

MJ: Eu penso nisso hoje dia e desejo que tivesse feito um pouquinho mais, só um pouquinho mais. Para que hoje em dia eu pudesse me sentir completamente diferente com relação à isso.

SB: E talvez você não tenha sido tão ávido para provar para você mesmo. Se você tivesse mostrado mais amor quando criança, talvez você não precisasse tanto da palavra amor e você não teria sido um superstar. Você estaria preparado para desistir disso só para ser mais amado como criança?

MJ: Não. Eu nunca desistiria. Esse é o meu trabalho. Isso foi me dado por uma razão. Eu acredito mesmo nisso e sinto isso...

SB: ... Que Deus escolheu você, te dando esse especial...

MJ: Eu acredito mesmo nisso. Se você pudesse ver alguns dos rostos pelo mundo e pessoas dizendo, " Obrigado, obrigado por ter salvado minha vida e de meus filhos. Posso tocar em você?" E eles começam a chorar. É como uma cura. Isso dado à nós por uma razão... para ajudar pessoas.

SB: Então o que Shirley Temple fez por você com aqueles pôsteres [ que você colocava nos quartos de hotel para se sentir mais seguro], você está fazendo para as pessoas no mundo e numa extensão maior.

MJ: O,siiiiiiiim. Oh, siiiiim. É isso mesmo e eu só queria dizer, "Obrigado"[ para Shirley Temple Black por ter inspirado Michael em suas baixas] e comecei a chorar tanto que não conseguia encontrar as palavras e ela tocou minha mão e a acariciou assim.

SB: Michael, quando você diz que não conseguiria continuar, e então olhava para os pôsteres dos filmes dela quando era criança, o quê iria frustrar você? O quê era isso? Esse espírito que as pessoas mostravam? O fato de que você sempre teve de trabalhar para continuar sendo o melhor? Tudo isso?

MJ: Trabalhar duro, não ter a chance de parar para brincar e se divertir. Tínhamos um pouco disso nos quartos de hotel fazendo guerra de travesseiros entre meus irmãos e eu e coisas como atirar coisas pela janela. Mas nós realmente ficamos bastante magoados.. Eu me lembro de estarmos a caminho da América do Sul e eu estava em casa e quando era hora de ir eu comecei a chorar tanto que me escondi. Eu não queria ir e disse, " Eu quero ser como todos mundo. Eu quero ser normal." E o meu pai me encontrou e me fez entrar no carro e ir, pois tínhamos um show para fazer. Então você encontra pessoas na estrada, alguém no seu andar, poderia ser da família, e você sabe que tem que ter toda diversão que pode ter nesse pouco tempo porque você não vai vê-las de novo e isso dói. Você sabe que a amizade não vai durar. Esse tipo de coisa machuca muito, especialmente quando se é uma criança.

SB: Toda a sua vida você teve que pôr sua carreira antes de criar relacionamentos. E então, você está criando alguma coisa em sua vida hoje em dia? Um carro não pode andar sem gasolina, e você continua sem que amor seja dado à você. Você não consegue dar amor e sem nunca receber. E você diz que o que consegue dos fãs não é o suficiente, Michael, por que eles te amam pelo o que você faz e não por quem você é. Eles te amam pela eletricidade e excitação que você leva para a vida deles.

MJ: Eu tenho retorno pela felicidade e alegria que eu vejo nos olhos das crianças. Elas salvaram minha vida então eu quero... dar de volta [ Michael começa a chorar]. Elas me salvaram. Não estou brincando. Só por estar com elas, vê-las. Isso me salvou.


SB: Quando você cresceu, você sentiu que promessas foram quebradas para você?

MJ: Meu pai quebrou uma grande que faz ter raiva até hoje. Ele me engabelou para assinar um contrato com a Columbia quando eu tinha 18 anos com a promessa de que eu iria jantar com Fred Astaire.
Meu pai sabia que eu adorava Fred com todo o meu coração. Ele sabia que eu assinaria sem ler o contrato, e ele saiu andando feliz e nunca cumpriu a promessa. Ele disse que sentia muito e o que fosse. Isso o que ele fez partiu meu coração. Ele me enganou.

SB: Você já contou para ele o quão chateado ficou?

MJ: Não. Até hoje ele não sabe o quanto me magoou. É por isso que não faço promessas que não posso cumprir. 



A APARÊNCIA DE MICHAEL

SB: Você tem que ter uma vida longa e feliz. Mas você acha que um dia você decidirá se tornar recluso e desaparecer? 

MJ: Sim.

SB: Viver em Neverland e trancar os portões. Será assim?

MJ: Sim. Eu sei que será.

SB: Mas por quê? É por que você não quer que te vejam envelhecer?

MJ: Eu não consigo lidar com isso. Eu amo muito o belo e as coisas belas na natureza e quero que minhas mensagens saiam para o mundo, mas eu não quero ser visto agora... tipo quando minha foto apareceu no computador e eu fiquei enojado de ver.

SB: Por quê?

MJ: Por que eu pareço um lagarto. É horrível. Eu nunca gostei. Eu gostaria de nunca ter sido fotografado ou visto e eu me forcei a fazer as coisas que fizemos. Eu realmente fiz.

'Ele estava se referindo as conferências públicas que eu o levei, como a de Oxford na Inglaterra e Carnegie Hall em Nova York.' 





POST 7



SB: Michael, algumas pessoas escreveram que seu pai costumava dizer que você era feio. Isso é verdade?

MJ: Uh-huh. Ele costumava fazer graça com... Eu me lembro que estávamos no avião uma vez, prontos para decolar. Eu estava vivendo uma puberdade esquisita quando sua aparência começa a mudar. E ele dizia "Ugh, você tem um nariz enorme. Você não puxou isso de mim." Ele não percebia o quanto isso me magoava. E me magoava tanto que eu queria morrer.

SB: Era um jeito hostil de pôr a causa em sua mãe, "Você não puxou isso de mim?"

MJ: Eu não sabia o que ele queria dizer.

SB: Você acha importante dizer às crianças que elas são bonitas?

MJ: Sim, mas sem exageros. Você é bonito por dentro. Faça assim. Prince olha no espelho enquanto penteia o cabelo e diz “Eu sou bonito." Eu digo " Você está bem."

SB: Você acha que seu pai instalou em você a crença de que você não é bonito? Então você tentou mudar sua aparência um pouco, e ainda assim você não está feliz. Então você tem que gostar da sua aparência e de tudo em você.

MJ: Eu sei. Eu gostaria de poder fazer isso.

SB: Todos nós temos problemas com nossa aparência. Olha. Eu tenho essa barba rala. Quando eu tenho que aparecer na TV, as pessoas com as quais eu trabalho sempre dizem que eu tenho que cortá-la, que arrumá-la. Mas a minha religião não deixa que eu a corte, e ela cresce longa.

MJ: Você gostaria de cortar sua barba?

SB: Sim, para ser honesto eu gostaria. Não totalmente. Apenas apará-la. Mas Deus e minha religião são mais importantes para mim do que a aparência.

MJ: Não é permitido à você isso?

SB: Essencialmente, não. E eu fico por aqui. Alguns rabinos cortam a barba e outros não...

MJ: Quando eles cortam as deles, isso é contra as regras?

SB: As regras são interpretadas de formas diferentes por diferentes rabinos. A Bíblia diz que você não pode usar uma faca no rosto. E algumas pessoas entendem isso literalmente, uma faca. E são essas pessoas que fazem a barba com barbeadores elétricos, mas não com lâminas, uma lâmina nua. Para outros o significado do versículo seria qualquer objeto afiado que servisse para cortar a barba. Mas minha esposa, Debbie, diz, " Eu não casei com um homem que irá tentar consolar a sociedade. Eu casei com um homem que eu queria respeitar e você é um rabino. Tenha orgulho de quem você é."

MJ: Ela não se importa com a barba?

SB: Ela não só não se importa como também ficaria chateada se eu a raspasse toda. Ela me disse essa manhã. "Se você realmente me ama e me respeita você nunca diria isso, pois me chateia que você tenha que se arrumar (a barba) para parecer melhor." Minha esposa quer que eu viva sempre sob meus princípios.

MJ: Isso é incrível.

SB: Outra noite, numa quinta-feira, você estava fantástico [ Michael se vestiu todo para ir ao Denise Rich's Angel Ball cancer fundraiser]. Você era o cara mais bonito lá. E então você não gosta de ser fotografado?

MJ: Eu gostaria de nunca ser fotografado e gostaria de nunca ser visto, Só pelo entretenimento eu desenvolvi a dança como eu queria que parecesse, e filmar como eu queria parecer.

SB: Então você faz filmes?

MJ: Eu adoro filmes, mas não controlo isso, vê. Eu não posso controlar como essas fotos saem com a iluminação e minha expressão no momento. Arggh.

SB: Se uma criança dissesse para você, "Odeio ser fotografado," o quê você diria para essa criança?

MJ: Eu diria, “Você não sabe o quão linda é. É o seu espírito que..."

SB: Então você está preparado para dizer o que todo mundo espera de você mesmo?

MJ: Eu não sei. [ Ele diz com tom de confusão e resignação].

SB: Você vê pelos seus fãs que milhares de mulheres se jogam para cima de você. Então isso quer dizer que você é bonito e desejável. Você sente sempre que elas querem se apaixonar por você?

MJ: Quando eu penso nisso - Eu nunca diria isso na TV - mas se eu subisse no palco pensando no que se passa na cabeça das mulheres, eu não subiria no palco. Se eu de repente estivesse pensando sobre o que elas estariam pensando sobre... sexo, ou como eu sou nu, então, oh Deus, isso seria tão embaraçoso. Eu nunca sairia. Isso é horrível.

SB: Muitas pessoas gostam de ser um símbolo sexual. Você não gosta por que é tímido demais. Você sabe quando algumas mulheres dizem para você o que se passa na mente delas?

MJ: Umhum. Elas me dizem.

SB: "Eu quero fazer sexo com você!"

MJ: Aha. [risos na sala]

POST 8


SB: Sabe, Michael, eu costumava julgar muito meu pai e um dia eu parei com isso por causa dos próprios desafios dele. Ele teve uma vida muito difícil que começou com uma pobreza digna de pena no Irã. E não era fácil para judeus crescerem no Irã. Sabe como foi a infância dele? Você ainda julga seu pai? 

MJ: Eu costumava fazer isso. Costumava ficar zangado com le. Eu entrava no quarto e gritava de raiva por que eu não entendia como uma pessoa poderia ser tão cruel e mal. Como Como às vezes que eu ia para a cama à meia noite por que tinha gravado o dia inteiro, cantado o dia inteiro, sem divertimento, sem brincar e ele chegava tarde. "Abra a porta!" E a porta estava trancada e ele dizia " Vou te dar 5 segundos antes de eu derrubar essa porta!". E ele começava a chutar e a quebrar a porta. Ele dizia " Por que você não assinou o contrato?" E eu dizia, " Eu não sei!" E ele dizia, "Bom, assine. Se não assinar vai estar encrencado!" E era assim, "Oh meu Deus, por que? Onde está o amor? Onde está a paternidade?" Eu me dizia, "É mesmo assim?" Ele te jogaria e te acertaria o mais forte que podia. Ele era muito 'físico'.

SB: Você começou a sentir que era um tipo de máquina de fazer dinheiro para ele?

MJ: Sim, absolutamente.

SB: Como Macaulay Culkin descreveu? Você se sentiu usado também?

MJ: Sim. E um dia - eu odeio repetir isso - mas um dia ele disse, Deus abençoe meu pai, pois ele fez algumas coisas maravilhosas e era brilhante, era um gênio, mas um dia ele disse,"Se vocês pararem de cantar eu vou esmagá-los como batatas." Isso me magoou. . Você pensaria “Essas crianças têm coração e sentimentos." Será que ele não pensava que isso nos magoava? Se eu dissesse uma coisa dessas para o Prince e a Paris isso ira magoá-los. Não se diz tal coisa para as crianças e eu nunca me esqueci.Isso afetou minha relação com ele.

SB: Então se você parasse de performar para ele, ele iria deixar de te amar?

MJ: Ele nos esmagaria como batatas. Foi o que ele disse.

SB: E a sua mãe sempre vinha e dizia “Não o ouça. Ele não quis dizer isso.”?

MJ:Ela era sempre aquela que ficava atrás quando ele perdia a paciência - acertando e batendo em nós. Posso ouvir agora [fazendo voz feminina] "Joe, não, você vai matá-los. Não! Não, Joe, é demais," e ele quebrava a mobília, era horrível. Eu sempre disse que se eu tivesse filhos eu nunca me comportaria assim. Eu nunca tocaria num fio de cabelo dos meus filhos. Pois as pessoas sempre falam DE ABUSO , abuso, abuso e isso não é verdade. . Não é verdade. Eu sou totalmente o oposto.O pior que faço [com os filhos] é fazê-los ficar num canto de pé por um tempo e só, é esse o castigo que eu aplico neles.

SB: Eu acho que você está certo. Eu odeio quando ouço sobre ABUSOS. Parece que você está condenado a ser uma pessoa má.

MJ: Não é verdade. Eu sempre prometi em meu coração que eu nunca seria assim, nunca.Se - e poderia ser num cinema ou loja - eu ouço alguém discutir com uma criança, eu perco o controle e choro. Por que isso reflete como eu fui tratado quando pequeno. Eu perco controle nesse momento, estremeço e choro. Não agüento. É difícil.

SB: Quando os meus pais se divorciaram nós nos mudamos para longe e meu pai vivia à 3,500 milhas de nós. E era difícil estar perto dele. Mas eu o amava, e tento nunca julgá-lo, e me esforcei para ficar o mais próximo dele o possível. Tem que levar à sério o quinto Mandamento da Bíblia para sempre honrar nossos pais. A Bíblia não diz “Honre-os se eles merecerem." Ela apenas manda honrá-los. Pela virtude deles terem nos dado a vida eles merecem ser honrados.

MJ:EU TENHO MEDO DO MEU PAI ATÉ HOJE.Meu pai entra na sala - e Deus sabe que estou dizendo a verdade- Eu desmaiei na presença dele muitas vezes. Uma vez eu desmaiei para ser honesto. Eu já vomitei na presença dele, pois quando ele chega e essa aura chega ao meu estômago, isso começa a doer e eu sei que estou encrencado.Ele está tão diferente agora. O tempo e a idade o mudaram e ele vê os netos e quer ser um pai melhor.É como se o navio tivesse mudado o curso e é difícil para mim aceitar esse outro cara que não é o mesmo com o qual eu cresci. Eu gostaria que ele tivesse aprendido isso antes.

SB: Você ainda fica assustado?

MJ: Por que a cicatriz ainda está lá, a ferida.

SB: Então você ainda o vê como aquele homem. É difícil para você ver esse novo homem?

MJ: Não consigo vê-lo como um novo homem.Eu sou como um anjo perto dele, meio assustado. Um dia ele me disse, “Você fica assustado comigo?" Eu não consegui responder. Tive vontade de dizer, “Você sabe o quê fez?" [voz falha] "Sabe o quê fez comigo?"


SB: É muito importante para mim ouvir isso. Pois como seu amigo e alguém que constantemente pergunta sobre você, é importante para mim entender essas coisas. É muito importante para o mundo entender isso. Veja Michael, ninguém te julgaria tão rigidamente se soubessem disso. Ele faria mais esforço em ter empatia com o seu sofrimento do que em condená-lo. Você o chama de pai ou Joseph?

MJ:Não nos foi permitido chamá-lo de pai enquanto crescíamos. Ele dizia, "Não me chame de pai. Eu sou Joseph." Era isso que ele dizia para nós. Mas agora ele quer que o chamemos de pai e é difícil para mim. Eu não consigo chamá-lo de pai. Ele já tinha dado a ordem " Não me chame de pai. Eu sou Joseph." Eu amo quando meus filhos me chamam de Papai, ou quando eu ouço os italianinhos chamando 'papa', ou judeusinhos chamando 'poppy'. É doce, como não ficar orgulhoso disso? É sua prole. 

SB: A partir de que idade ele disse para não chamá-lo de pai? 

MJ: Desde criança até Off The Wall, Thriller.

SB: Ele se sentia mais profissional desse jeito?

MJ: Não. Ele sentia que era um jovem valentão. Ele era legal demais para ser pai. Ele era Joseph. Eu o odiaria por me ouvir dizer isso.

SB: Eu li em algum lugar que sua mãe estava pensando em se divorciar e ela fez o pedido (judicial) por alguma coisa.

MJ: Eu não sei se ela fez isso, talvez. Não, não, ela não pediria. Ela queria, muitas vezes, por causa de outras mulheres e por que ele era uma pessoa difícil. Mas por causa da religião ela só poderia se divorciar por motivo de fornicação. E ele já fazia isso antes mesmo dela saber. Mas ela é tão santa que não o deixaria. Ela sabia que ele saía que vivia enganando, e ela é tão boa que ele voltaria para casa e se deitaria ao lado dela na cama. Não conheço ninguém como ela. Ela é como a Madre Teresa. Há poucas pessoas assim.MJ:Costumávamos implorar para que ela pedisse divórcio. Costumávamos dizer, " Mãe, se divorcie dele,". E ela respondia, " Me deixem em paz. Não!" E dizíamos , " Se livre dele!" Costumávamos gritar com ela, " Divorcie-se dele!" quando éramos pequenos. Mas por muitos anos ouvimos o carro dele chegando. Ele sempre dirigiu um grande Mercedes e dirigia devagar. "Joseph chegou! Joseph chegou! Rápido!" E todo mundo corria para os quartos. As portas batiam. 

SB: Vocês tinham tanto medo dele assim?

MJ: Sim. Eu sempre disse,“Quando eu chegar em casa e atravessar a porta quero que as crianças venham gritando "Papai", e pulando para cima de mim como as minhas fazem. Eu quero ser o oposto. Não quero que meus filhos fujam.



SE SENTINDO PROTETOR DE JANET 


SB: Deixe eu dividir um pensamento. Você disse que seu pai te humilharia num show e te faria chorar e te empurraria do palco diante de todas as garotas que te amavam... pra quê? Para mostrar o poder dele sobre você?


MJ: Bom, um... não. Ele não faria isso no palco. Assim, depois do show havia um lugar cheio de garotas. Ele adorava trazer garotas para a sala, meu pai. E depois do show tínhamos que comer alguma coisa, ou que fosse, e na sala havia uma fila de garotas cheias de gracinhas, nos adorando, tipo, " Oh meu Deus!" e tremendo. E se eu estivesse conversando e algo acontecesse que ele não gostasse, ele faria um olhar assim... Ele faria esse olhar só para assustar. Uma vez ele me deu um tapa tão forte no rosto, o mais forte que pode, e então me empurrou para outra sala grande, onde elas estavam. Lágrimas rolavam no meu rosto, e o quê se poderia fazer?

SB: E quantos anos vocês tinham? [Prince lá atrás "Temos três anos!"... rindo]

MJ: Uh, não mais do que 12... 11, por aí.

SB: Então esse foi o primeiro momento em que você sentiu vergonha em sua vida: Humilhado mesmo?

MJ: Não, teve outros momentos. Ele fez algumas coisas duras, cruéis... Cruéis... Eu não sei por que. Ele era durão. O jeito que ele batia forte, sabe? Ele nos fazia tirar a roupa primeiro. Ele passava óleo. Era como todo um ritual. E assim quando a ponta do fio de ferro acertava [Michael faz o barulho dos açoites] sabe... era como morrer e ficava as marcas dos açoites no rosto, nas costas, em todo lugar. Eu sempre ouvia minha dizer, "Não, Joe! Você vai matá-los, você vai matá-los, não!" E eu apenas desistia, como se não houvesse nada que eu pudesse fazer. E eu o odiava por isso, odiava. Todos nós odiávamos. Costumávamos dizer para nossa mãe e para nós mesmos, e eu nunca vou esquecer-me disso. Janet e eu costumávamos dizer... Eu costumava dizer, "Janet feche os olhos." Ela respondia " Okay, estão fechados." E eu dizia, "Imagine Joseph num caixão. Morto. Você fica triste?" Ela respondia, "Não!" Apenas assim. Era isso que costumávamos fazer quando crianças. Brincávamos assim. Era o ódio que sentíamos. Eu dizia, " Ele está no caixão, está morto. Você ficaria triste?" E ela respondia " Não!" Assim simplesmente. Era o quão bravos ficávamos com ele. E eu o amo hoje, mas ele é difícil, Shmuley. Ele era durão.

SB: Mas você sabia que isso era parte de ser corrompido enquanto criança quando começava se sentir assim - odiando? Você sabia, "Eu tenho que me livrar disso de algum jeito. Tenho que fazer algo com relação á isso."?

MJ: Sim, eu queria me tornar um artista incrível que seria amado em retorno.

SB: Então você poderia mudá-lo, você pensava. Se você... Então você pensava que se se tornasse uma grande estrela, de muito sucesso, e amado pelo mundo, com muito sucesso, seu pai te amaria também?

MJ: Aha.

SB: Então você poderia mudá-lo assim.

MJ: Aha. Eu esperava que pudesse, eu esperava que pudesse ter o amor de outras pessoas, pois eu precisava muito, sabe? Precisa-se de amor. Precisa-se de amor. Essa é a coisa mais importante. É por isso que me sinto tão mal por aquelas crianças nos orfanatos e hospitais, e ali sozinhas presas nas camas - eles as prendem por terem funcionários o suficiente. Eu digo “Estão loucos?" Eu vou em cada cama libertando-os, liberando-os. Eu digo, “Não é assim que trata crianças. Não se amarra crianças!" Ou então eles as acorrentam nas paredes em alguns lugares, como na Romênia. E elas têm que dormir perto das próprias fezes.

SB: Você se identifica mais com pessoas assim por que você é também tão sensível quanto?

MJ: Sim, eu sempre abraço mais Mushki [ a filha mais velha do rabino na época com 12 anos] por que eu sinto a dor dela. Ela sente tanta dor. Quando Janet engordou muito ela chorava muito, minha irmã Janet. Ela decidiu perder aquele peso todo, "Eu vou perder isso tudo!" e perdeu. Ela costumava ser muito infeliz.

SB: Você se sente protetor dela como sendo sua irmãzinha?

MJ: Sim, eu estava determinado a fazê-la perder peso. Eu fui mau. Eu a provocava para fazê-la perder peso. Eu não gostava disso nela. Eu não gostava por que eu sabia que era uma época ruim para ela.

SB: Como você conseguiu que ela fizesse algo a respeito disso?

MJ: Eu disse que ela precisava perder peso por que parecia uma vaca gorda. Eu disse isso para ela e foi muito mal de minha parte dizer isso. Ela me mandava calar a boca e eu a mandava calar a boca. Mas eu estava determinado a fazê-la parecer melhor, pois no fundo do meu coração eu a amava e queria fazê-la brilhar, e quando ela se tornou uma estrela, sabe... álbuns, eu fiquei tão feliz e orgulhoso por que, sabe, ela havia conseguido.

SB: Você ainda se sente protetor em relação à sua irmã mais nova?

MJ: Sim, sim... Eu só quero que fiquemos mais próximos. Somos próximos em espírito, mas não como família. Por que não celebramos, não temos motivo para estarmos juntos agora. Eu gostaria que isso fosse semeado em nós. Eu adoro ver o que vocês fazem aquela coisa de abençoar que toca tanto o meu coração. Eu vejo por que vocês são tão próximos, isso é doce.


'Nas noites de sexta-feira, quando vem o Sabbath Judeu, minha esposa e eu abençoamos nossos filhos, um por um, para que cresçam como as grandes figuras da Bíblia, os patriarcas e matriarcas do povo judeu. Michael testemunhou isso várias vezes como convidado nosso na mesa do Sabbath em nossa casa. Ele sempre observava atento enquanto abençoávamos nossos filhos. '



UMA BENÇÃO DOLOROSA: "TUDO O QUE EU QUERIA ERA SER AMADO!" 


SB: Deus sempre responde suas orações?

MJ: Habitualmente. Absolutamente. É por isso que acredito Nele.

SB: Você acredita que Ele esteve com você nos momentos mais difíceis da sua vida?

MJ: Não houve uma só coisa que eu tenha pedido que eu não tenha conseguido. Não é materialista. Vou dizer uma coisa que eu nunca disse antes e isso é verdade. Eu não tenho motivos para mentir para você e Deus sabe que estou dizendo a verdade. Eu acho que o meu sucesso e minha fama, que eu quis, eu quis isso para ser amado. E é só. Essa é a real verdade. Eu queria que as pessoas me amassem, que me amassem de verdade, pois eu realmente me sentia amado. Eu disse que sei que tenho uma habilidade. Talvez se eu refinasse mais a minha arte, talvez as pessoas me amassem mais. Eu só queria ser amado por que eu acho importante ser amado e dizer às pessoas que você as ama, olhar nos olhos delas e dizer isso.

SB: Mas o outro lado disso, Michael, que se fosse dado à você uma enorme quantidade de amor, então talvez você não tivesse trabalhado tanto para ser bem sucedido.

MJ: Isso é verdade. É por isso que eu não iria querer mudar nada, pois tudo iria funcionar de modos diferentes.

SB: Então você seria capaz de transformar a negligência em benção?

MJ: Sim.

SB: Eu me lembro de uma citação de Paul McCartney, que perguntou por você quando você se tornou uma grande estrela. Alguém disse., "Michael Jackson, vai ser como essas outras estrelas do rock - Que Deus não permita, morto aos 30 por causa de drogas? E McCartney disse, "Não. Michael tem um caráter diferente. Ele não xinga, não bebe." Ele disse isso há 15 anos atrás. Você sabia isso sobre você, que tinha um caráter assim, que se continuasse assim, iria ser destruído pela fama e o sucesso?

MJ: Sim. Eu sempre fui meio que determinado. Eu tenho sempre a visão das coisas que eu quero fazer e dos objetivos que quero alcançar e nada poderia me fazer parar de conseguir isso. Eu estou focado e sei o que quero e no que eu quero alcançar e não vou desviar. E mesmo que eu tenha baixas às vezes, eu continuo batalhando e superando para alcançar esses objetivos. Isso me mantém na linha. Eu sou dedicado.

SB: Se você é completamente feliz com quem você é, sobre... você disse que não faria nada diferente por que sabe que qualquer que seja a experiência que tenha tido na infância te trouxe até quem você é hoje, seu sucesso. Então não faria nada diferente?
MJ: Não. Sou muito sensível com relação à outras crianças por causa do meu passado e sou feliz por isso.




ROSE FINE - A TUTORA DE INFÂNCIA DE MICHAEL JACKSON


'Michael e eu falávamos sobre Rose Fine, sua tutora que acompanhou os Jackson 5 durante as turnês. Michael continuou ligado à ela até depois de ter crescido e a dar assistência financeira à ela sustentando-a pelo resto da vida. A conversa começa comigo e Michael falando da viagem de avião.'

MJ: Isso deixou uma cicatriz horrível em mim.

SB: O quê?

MJ: Turbulência e estar lá em cima pensando que não ia viver mais.

SB: Se lembra daquela história que me contou sobre a tutora judia?

MJ: Rose Fine?

SB: Você me disse uma vez ao telefone que ela costumava te dizer que se houvesse uma freira no avião todo mundo iria morrer.

MJ: Ela dizia, " Estamos bem, estamos sentados no avião e agora temos muita fé. Eu chequei... não havia nenhuma freira no avião." Eu sempre acreditei nisso.

SB: Você ainda procura por freiras no avião?

MJ: Eu penso nisso! Eu nunca vi uma freira no avião. Ela [Rose Fine] me ajudou muito por que segurava minha mão e me acalentava. Depois do show eu corria para a sala. Nós líamos e tomávamos leite quente e eu precisava tanto disso. Ele sempre me dizia, “A porta está aberta," e ela deixava a porta dela aberta.

SB: É possível que alguém que não seja o pai ou mãe biológico de uma criança possa amar tanto uma criança quanto se ama a própria? Você ama outras crianças como ama Prince e Paris?

MJ: Absolutamente.

SB: Eu sempre notei que uma coisa que impressiona em você é quando eu digo, "Prince e Paris são lindos," e você sempre diz, "Não, todas as crianças são lindas." Você não me deixa seguir assim apenas elogiando Prince e Paris.

MJ: Elas são lindas para mim. Eu vejo beleza em todas as crianças. Elas são todas lindas para mim. É tão lindo e eu as amo todas - igualmente. Eu costumava discutir com as pessoas que não concordavam comigo. Elas diziam que eu devia amar mais as minhas do que as outras.

SB: Rose Fine, embora não fosse sua mãe biológica, era capaz de te demonstrar muita afeição maternal?

MJ: E cara, eu precisava disso. Eu nunca estava com minha mãe quando pequeno era muito raro, e eu tinha uma mãe maravilhosa. Eu a vejo como um anjo, e eu estou sempre viajando, indo e voltando de turnês, por toda América, além mar, clubes, sempre fora. Isso me ajudou muito. Nós tomávamos conta dela [Rose Fine] , Janet e eu, até o dia em que ela morreu. Ela morreu recentemente.

SB: Você acha que ela deveria ser mencionada no contexto da nossa iniciativa de ajudar crianças?

MJ: Por favor. Ela precisar ser lembrada.

SB: Quantos anos ela tinha?

MJ: Ela nunca me dizia a idade dela. Eu acho que ela já tinha uns 90. Ela costumava dizer, "Quando eu me aposentar de vocês eu revelo minha idade." Mas quando ela se aposentou ela ainda não tinha me revelado. Ela estava conosco desde a primeira turnê dos Jackson 5 até eu os meus 18 anos. A primeira turnê foi depois de termos uma grande chance - o primeiro hit single. Ela sempre tinha o poder, como alguns concertos começavam tarde e ela sempre tinha o poder de parar o show por causa da Educação que dizia ' crianças não podem passar tempo legalmente (sem estudos)'. Mas ela sempre deixava passar. Ela não podia magoar a platéia.

SB: E então ela lecionava durante o dia?

MJ: Aha.

SB: Matérias básicas? Matemática? Inglês? Ela ensinava oara todos os cinco juntos?

MJ: Sim, todos juntos, por três horas. Ela ensinou Janet, todos eles.

SB: Me conte mais um pouco sobre ela?

MJ: Sim, Rose Fine morreu esse ano (2001). Janet e eu pagamos por enfermeiras e cuidados hospitalares, e se a televisão dela quebrasse ou ficasse sem eletricidade, ou qualquer coisa que estivesse indo errado na casa dela, nós pagamos as contas. Agora o marido dela está doente e eu estou tomando conta dele, pois sentimos que ela era nossa mãe e você cuida de sua mãe.

SB: Você sente mesmo isso?

MJ: Absolutamente. Ela era mais do que uma tutora e eu fiquei tão bravo comigo mesmo, pois quando ela morreu eu estava longe, muito longe. Eu não conseguiria chegar até lá. Eu estava na Suíça e Ewy [secretária de Michael] me telefonou e me disse que ela estava morta. Eu disse, "O quê? Eu estou na Suíça. Eu não posso..." Isso me deixo bravo, mas eu fiz tudo o que podia. Também me magoou quando eu fui visitá-la, eu disse, " Sr. Fine, é o Michael," e ela disse, "Você não é o Michael," e eu voltava a dizer, " Sou eu, o Michael," e ela dizia, " Não diga que você é o Michael. Você não é o Michael." Isso meio que finca no cérebro e eles não te reconhecem mais. Isso dói tanto. Envelhecer não é sempre bonito. É triste.

SB: Com quantos anos uma criança lida com algo assim? Você tentava conservar a sua juventude, seu jeito brincalhão, e todas as coisas das quais falamos a respeito. Você acha que envelhecer é uma maldição?

MJ: De certa forma, quando o corpo começa a deteriorar. Mas quando os idosos voltam a infância, eu já antes, eles ficam bastante brincalhões e crianções. Eu me relaciono bem com idosos por que eles têm aquelas qualidades de criança. Sempre que eu vou a um hospital eu sempre acho um jeito de ir em outros quartos para conversar com idosos. Eu fiz isso dois dias atrás, pois eu estava no hospital e eles são tão amáveis e te recebem como as crianças recebem.. Eles dizem, " Entre," e nós conversamos. Eles são simples e gentis.

SB: Então a vida é como um círculo. Você começa como criança e então passa pela fase adulta, que muitas vezes não é saudável. Há muitas coisas negativas sobre essa fase, e então você volta, numa idade avançada, àquela inocência, e se torna muito mais brincalhão. E se tem mais tempo como as crianças têm. Eu acho que é por isso que avós se dão tão bem com os netos.

MJ: Idosos e crianças são parecidos. Eles são livres e brincam livres e são simples e gentis. É um sentimento espiritual. Eu não visito lares de idosos o tanto visito os orfanatos. Muitos deles têm Alzheimer e não reconhecem. Mas eu sempre tenho ótimos relacionamentos com idosos. Eu adoro coversar com eles e eles te contam estórias de infância e como o mundo era naqueles dias e eu amo isso. Havia um idoso judeu em Nova York que muito tempo atrás me disse, " Sempre seja grato pelo seu talento e sempre dê aos pobres. Ajude outras pessoas. Quando eu era menino meu pai me dizia, ' Vamos pegar essas roupas e esses pães e vamos embrulhá-los, e vamos pelas ruas e subindo escadas batendo nas portas das pessoas para deixar os embrulhos à porta e corremos!' Eu perguntava, ' Por que você diz para correr?' e ele respondia, "Por que quando eles abrirem a porta não quero que sintam vergonha. São orgulhosos. Essa é a real caridade," Eu nunca esqueci isso [ a estória do velho]. Isso é doce, não é? E ele fazia isso quando menino o tempo todo.

SB: Então você tentou fazer atos caridosos que ninguém ficasse sabendo?

MJ: Sim, sem brandir nenhuma bandeira. Ele [o homem o qual Michael falava] dizia que a verdadeira caridade é dar de coração sem levar crédito, e quando ele corria ele não sabia o que havia deixado. Era como se Deus tivesse deixado cair lá, sabe? Era tão bonito. Eu nunca esqueci essa estória. Eu tinha uns 11 anos quando ele me contou isso. Ele era um judeu idoso e muito gentil. Eu lembro.

'Na religião Judaica a forma mais alta de caridade é quando o beneficiado não sabe a identidade do benfeitor, e o benfeitor não sabe a identidade do beneficiado. Daí o costume judeu de pôr dinheiro todos os dias em uma caixa de caridade em casa ou em uma fundação pública que mais tarde será distribuída para os pobres.' 

SB: Ela [Rose Fine] era uma judia comprometida? Ela vigiava a fé dela? Ou ela era mais como uma judia sem comprometimento? 

MJ: O quê isso significa?

SB: Ela se abstinha de viajar no Sabbath, ela comia apenas kosher food, coisas assim?

MJ: Não que eu lembre. Ela me ensinou muito sobre o Judaísmo. Eu não sei se ela comia Kosher food, mas sempre me sentia mal por ela por que o filho dela sofria muito. Ele era um médico que morreu cedo e no dia em que ele morreu, eu me lembro do quão pra baixo ela ficou. Ele era um médico maravilhoso, foi para Havard, era alto e bonito. Ele tinha um tipo de tumor cerebral. Eu não consigo imaginar perder um filho assim, não consigo imaginar perdendo qualquer criança.

SB: Você descobriu algo de bom sobre o Judaísmo de Rose Fine?

MJ: Ela me ensinou a cultura judaica e eu nunca esquecerei, quando eu era pequeno pousamos na Alemanha, e ela ficou tão quieta. Perguntei, "O quê foi, Senhorita Fine?" Sabe quando as crianças conseguem dizer se há algo de errado com suas mães? Ela disse. "Eu não gosto disso," E eu perguntei, "Por que?" E ela respondeu, " Muita gente sofreu aqui." Foi quando eu aprendi sobre os campos de concentração, através dela, pois eu não sabia nada a respeito disso. Eu nunca irei esquecer aquele sentimento. Ela disse que sentiu frio lá, ela podia sentir. Que pessoa gentil. Ela me ensinou as maravilhosas palavras dos livros e a ler, e eu nunca seria a mesma pessoa se não fosse por ela. Eu devo muito à ela e por isso que estou dedicando o novo album à ela.

SB: Você acha que ela te via como um filho?

MJ: Ela me chamava de filho. Sempre que subíamos no avião e viam sete meninos negros com um pai negro, nos tínhamos como grandes Afros, e então essa senhora branca e judia conosco. A paravam para perguntar, "Quem é você?" Ela respondia, "Eu sou a mãe." Ela sempre respondia isso e a deixavam passar. Estória doce. Ela era especial. Eu precisava dela.

SB: Ela mostrava amor incondicional?

MJ: Sim.

SB: Então você acha que amor incondicional pode ser demonstrado por duas pessoas que não têm vínculo sanguíneo?

MJ: Oh meu Deus, sim, claro! Eu acho que aprendi isso com ela. Eu vi e experimentei isso. Não importa o sangue, a raça, crença ou cor. Amor é amor e quebra todas as barreiras e você pode ver direito. Eu vejo isso nos olhos das crianças. Quando eu vejo crianças, eu vejo filhotinhos desamparados. Elas são tão doces. Como pode alguém machucá-las? Elas são tão maravilhosas.

SB: Ela morreu esse ano então isso significa que você tem que lidar com a perda. Como uma criança lida com a perda? Criança vive no paraíso, num mundo perfeito o qual estamos tentando descrever. Adultos estão sempre sendo corrompidos pelas guerras e ciúmes, e o cinismo, e de repente vem a morte e mesmo uma criança tem de lidar com isso. E como você lida com a morte? E como uma criança lida com a morte?

MJ: Sim, eu tenho que lidar com a morte e isso é muito difícil.






OS ANOS COMO TESTEMUNHA DE JEOVÁ . 


SB: Você acha que um orgulho odioso ainda é uma relíquia na sua criação religiosa?

MJ: Me feriu muito e me ajudou muito.

SB: Como te feriu?

MJ: É... [longo silêncio]. Quando eu fiz certas coisas no passado que eu não tinha percebido que era contra a religião e eu fui repreendido, isso quase me destruiu. Certas coisas que fiz como artistas em minha música que eu não percebi que estava cruzando uma linha e eles e quando me castigaram severamente isso me magoou. Quase me destruiu. Minha mãe viu.

SB: A desaprovação deles? A rejeição deles?

MJ: Quando eu fiz o moonwalk pela primeira vez na festa Motown 25, eles disseram que eu estava fazendo uma dança burlesca e que era 'suja' e por meses eles disseram “Nunca mais dance daquele jeito de novo." Eu respondi que 90.9 % de ato de dançar é mover a cintura. Eles responderam “Não queremos que você faça isso." Então eu tentei por muito tempo dançar sem mexer essa parte do corpo. Então eu fiz Thriller com todos os zumbis e fantasmas, e eles disseram que era demoníaco e parte do Oculto e que o irmão Jackson não podia fazer isso. Eu chamei meu advogado e chorando eu disse, "Destrua o vídeo. Destrua." E por ele [o advogado] ter ido contra as minhas vontades as pessoas têm Thriller hoje. Eles me fizeram sentir tão mal que eu ordenei que minha equipe o destruísse.

SB: Então você viu os dois lados da religião. O lado amoroso que ensinava não gostar do orgulho, mas também daquilo que se poderia descrever como má espiritualidade e o ato de julgar.

MJ: Por que eles discriminam muitas vezes do jeito errado.* Eu não creio que Deus quisesse tal coisa. Como o Halloween, eu perdi anos de Halloween e agora eu faço. É legal ir de porta em porta com as pessoas te dando doces. Precisamos mais disso no mundo. Faz o mundo ficar unido.

SB: Você leva Prince e Paris para brincar o Halloween?

MJ: Absolutamente. há uma família onde podemos ir na área e eles dão doces à eles. Eu quero que eles vejam que as pessoas podem ser gentis. Ficava tudo num saco e então [sussurrando] eu trocava os doces deles por candy eyeballs.

SB: Eu estava conversando com Andrew Sullivan noite passada, o jornalista editor do The New Republic. Tivemos um debate sobre homossexualidade na universidade e depois conversamos sobre você e ele ficou surpreso em ouvir coisas legais sobre você e ele disse, “Por que eu não sabia disso?, eu respondi, "Não sei." Percepções repentinas assim, Michael, "A essência do Halloween." Você deveria enviar notas impressas sobre essas coisas. "A essência do Halloween é fazer com que as crianças testemunhem a gentileza das pessoas." Eu gosto disso. É um pensamento legal. Isso eleva a brincadeira do 'doces ou travessuras' em algo com mais significado do que apenas a distribuição de doces.

MJ: Eu choro atrás da minha máscara. Eu choro mesmo quando vou com eles e as pessoas dizem, "Abra a bolsa," e eu penso, olha só o que eu perdi. Eu não conheci isso... Eu olho no rosto deles e eles estão te dando um presente. É gentil. As crianças vêm e abrem suas bolsas e dizem, "Oh, olha esse pequenino!" E é muito doce a forma como respondem. Eu acho isso muito gentil. Dessa parte da América eu tenho orgulho.




MICHAEL SE VÊ COMO UM ESCOLHIDO DE DEUS? TERIA ELE PODERES ESPECIAIS DE CURA? 


SB: Jesus disse, "Deixai as criancinhas e parai de impedí-las de virem à mim," (Mateus 19:14) Ele tinha todas essas citações maravilhosas sobre crianças e as figuras mais santas foram vista rodeadas de crianças. Você se identifica com pessoas assim? Você sente que Deus tenha te dado mais do que apenas talento para a música?

MJ: SIM. Absolutamente.

SB: ... Espere. Eu acho que você tenha algo de especial à fazer aqui na terra. Todo ser humano tem. E não podemos ignorar o fato de que você tenha um renome raramente visto antes. E temos que canalizar essa celebridade de uma maneira apropriada. É quando você se torna um professor, Michael, não apenas um artista, você tem que identificar o que é isso, que mensagem positiva você deseja conceder à humanidade. É quando sua celebridade se torna algo como redenção. Na verdade, eu acho que a palavra 'entertainer' para você é um pouco insultante. Você não é só um artista e deveria sempre se esforçar para ser muito mais do que meramente um 'entertainer' (artista do entretenimento). Eddie Murphy é um artista do entretenimento. Ele é ótimo. É engraçado, mas ninguém acampa do lado de fora da casa dele. Você entende o que eu quero dizer. Então isso é uma coisa muito poderosa e você precisa determinar o que você quer alcançar com isso, de que jeito saudável e abençoado você possa usar isso? E não é sobre você é sobre algo maior do que você - um objetivo que é grande e vai além do entretenimento. Você se vê sob essa capa? Você sente que Deus te deu certos poderes de cura?

MJ: Sim.

SB: Então quando você fala com Gavin você o está curando, não apenas falando com ele?

MJ: Eu sei que o estou curando, e tenho visto criança me encherem de amor. E elas apenas querem me tocar e me abraçar, chorar e não me soltar. E elas nem me conhecem. Veja, às vezes quando saio, ou apenas estou num lugar, as mãe pegam seus filhos e os colocam em meus braços. “Toque meu filho, toque meu filho, abrace-os." Não é como a adoração de um herói, como a religião diz, idolatria.

SB: E não é idolatria? Por quê? Por que não estão adorando você? Porque eles querem se sentir melhor com eles mesmos? Por estarem bem perto de você eles se sentem mais leves, como se pudessem andar sobre a água. Por que isso não é idolatria?

MJ: Sim, por que minha religião nos ensinou que não se deveria fazer isso. Se eu fosse para minha igreja eles nunca me tratariam do mesmo jeito que a sua igreja me trataria.

'Quando levei Michael numa sinagoga para o Sabbath, as pessoas o cumprimentaram com muito entusiasmo. Ja na sua igreja, eles fazem questão de não tratarem Michael de forma diferente dos outros adoradores. No caso da sinagoga, nós propositalmente não dissemos para todos os congregantes que ele viria, pois queríamos que a visita dele fosse calma e eu queria que Michael experimentasse a beleza e a serenidade do Sabbath sem o estorvo do barulho causado pela celebridade. Mas quando as pessoas o viram, elas correram para recebê-lo e cumprimentá-lo.'


MJ: Eles teriam sido gentis depois da cerimônia. "Oi Irmão Jackson. Tudo bem?" Mas abraçar e dizer "Oh, amamos você,", eles nunca fariam isso. Eles sentiriam que isso é idolatria e não se deveria fazer isso. É errado, eles levam isso longe demais. Não há nada errado em dizer, “Obrigado, nós te amamos muito..."

SB: Você se diverte quando performa e faz música?

MJ: Sim. Eu adoro. Se não fosse divertido eu não faria. Eu faço por que amo muito isso. Não há felicidade maior do que dançar e performar. É como uma celebração e quando se é pego naquele lugar, quando certos artistas vão e se tornam um com a música, um só com a platéia, se você está nesse nível é como estar num transe, isso toma conta de você. E você se desconecta e começa, a saber, onde está indo mesmo antes de chegar lá. Eles têm que saber onde você está e responder. É como jogar ping-pong. É como quando os pássaros migram, eles sabem onde estão indo. Ou como os peixes. Eles são telepáticos, estão na mesma linha. Isso é o que acontece quando se performa, você é um com os músicos, com a dança e com a música e fica em transe. E cara, você os têm. Estão na palma da sua mão. É inacreditável. Você se sente transformado.

SB: Qual energia te leva para lá? É divina?

MJ: É divina, é pura, é revelação, sem que se faça soar espiritual ou religiosa, mas é uma energia divina. Algumas pessoas a chamam de espírito, como quando um espírito entra num quarto. Outras pessoas vêem isso com olhos maus.As pessoas às vezes o fazem olham assim e dizem que é demoníaco, que é culto, que é o diabo. Não é, é muito de Deus, é pura energia divina. Você sente a luz de Deus.Quando eu performo certas músicas, como na Motown 25, ou quando eu dancei Billie Jean e fiz o moonwalk pela primeira vez no palco, e a platéia gritava quando eu fazia um pequeno movimento, e você movimenta a mão e... "Agggghhhhhh," [grito] em qualquer coisa que você faça. Eu fico como que pego num transe com tudo isso. Eu sinto mais não ouço. Eu sinto tudo. E no final da peça, quando termino e abro os olhos e vejo a resposta, eu fico surpreso, pois estou em outro mundo. Eu fui um com o momento, trabalhando o momento, naquele momento.

SB: Então você não está fazendo para consolar ninguém. Talvez esse seja seu poder como artista. Nunca foi sobre o que as pessoas queriam, o quão condicionados, o quão acomodados as pessoas queriam ficar.

MJ: Não.

SB: Você pode ensinar as pessoas como chegar lá? Se alguma amargura ou ódio no seu coração em momentos assim, se eles são, como você diz, divinos, você sente que se esvazia disso?

MJ: Esvazia. Você fica acima de tudo. Por isso que eu adoro ir a um lugar onde não há ninguém que possa fazer alguma coisa. O ponto de retorno se vai. É maravilhoso. Você foi tomado. Se sente isso, e isso não significa... todos que estão lá estão nessa com você, a platéia está nessa com você...







CONECTANDO-SE COM O DIVINO 


SB: Você se diverte quando performa e faz música?

MJ: Sim. Eu adoro. Se não fosse divertido eu não faria. Eu faço por que amo muito isso. Não há felicidade maior do que dançar e performar. É como uma celebração e quando se é pego naquele lugar, quando certos artistas vão e se tornam um com a música, um só com a platéia, se você está nesse nível é como estar num transe, isso toma conta de você. E você se desconecta e começa, a saber, onde está indo mesmo antes de chegar lá. Eles têm que saber onde você está e responder. É como jogar ping-pong. É como quando os pássaros migram, eles sabem onde estão indo. Ou como os peixes. Eles são telepáticos, estão na mesma linha. Isso é o que acontece quando se performa, você é um com os músicos, com a dança e com a música e fica em transe. E cara, você os têm. Estão na palma da sua mão. É inacreditável. Você se sente transformado.

SB: Qual energia te leva para lá? É divina?

MJ: É divina, é pura, é revelação, sem que se faça soar espiritual ou religiosa, mas é uma energia divina. Algumas pessoas a chamam de espírito, como quando um espírito entra num quarto. Outras pessoas vêem isso com olhos maus.As pessoas às vezes o fazem olham assim e dizem que e demoníaco, que é culto, que é o diabo. Não é, é muito de Deus, é pura energia divina. Você sente a luz de Deus.Quando eu performo certas músicas, como na Motown 25, ou quando eu dancei Billie Jean e fiz o moonwalk pela primeira vez no palco, e a platéia gritava quando eu fazia um pequeno movimento, e você movimenta a mão e... "Agggghhhhhh," [grito] em qualquer coisa que você faça. Eu fico como que pego num transe com tudo isso. Eu sinto mais não ouço. Eu sinto tudo. E no final da peça, quando termino e abro os olhos e vejo a resposta, eu fico surpreso, pois estou em outro mundo. Eu fui um com o momento, trabalhando o momento, naquele momento.

SB: Então você não está fazendo para consolar ninguém. Talvez esse seja seu poder como artista. Nunca foi sobre o que as pessoas queriam, o quão condicionados, o quão acomodados as pessoas queriam ficar.

MJ: Não.

SB: Você pode ensinar as pessoas como chegar lá? Se alguma amargura ou ódio no seu coração em momentos assim, se eles são, como você diz, divinos, você sente que se esvazia disso?

MJ: Esvazia. Você fica acima de tudo. Por isso que eu adoro ir a um lugar onde não há ninguém que possa fazer alguma coisa. O ponto de retorno se vai. É maravilhoso. Você foi tomado. Se sente isso, e isso não significa... todos que estão lá estão nessa com você, a platéia está nessa com você...







A RELAÇÃO DE MICHAEL COM A RELIGIÃO 


SB: Michael, eu li em um artigo que uma vez você comparou as pressões que Jesus sofreu com as da celebridade moderna. Você se lembra disso?

MJ: Não, não lembro. Quando foi?

SB: Eu não sei. Pode ter sido inventado. Você tem uma relação com Jesus?

MJ; Jesus, sim. Absolutamente. Mas você [dirigindo-se á mim] acredita em Jesus, não é?

SB: Não, não nele ser o Messias ou sua divindade.

MJ: Você não acredita que ele existiu?

SB: Oh, acreditamos que ele existiu. Acreditamos que ele tenha sido um bom homem, um judeu devoto, um grande professor moral, Mas não acreditamos que ele tenha sido o filho de Deus ou que ele tenha sido o Messias. Eu fui ao Larry King show recentemente com uma das filhas de Billy Graham sobre isso. 
Você sente alguma afinidade com Jesus como uma personalidade? Você sente que ele fora um 'adulto-criança', pois ele é retratatdo como sendo uma criatura muito gentil que tinha uma linda mensagem, e no entanto era frágil e vulnerável do lado de fora? Ele seria como um estereótipo de alguém que tem uma criança por dentro?

MJ: Sim, absolutamente.

SB: E é por isso que ele amava estar cercado de crianças?

MJ: Eu acho que se eu me sentasse num cômodo com ele eu iria seguí-lo em todo lugar que ele fosse, sentir a presença dele. Eu iria me comportar como uma criança, assim como Gandhi.

SB: Pode vê-lo rindo?

MJ: Sim, e Gandhi quando ri parece um menino... é tão doce.
Esse homem veio do nada e liderou uma nação inteira. Ele não tinha uma posição política e nem governamental. Eu acho que esse é o verdadeiro poder. Isso é incrível. Isso foi um fenômeno - Gandhi. É incrível , fizeram um filme incrível, você assistiu? [confirmo que assisti]

SB: Que história bíblica você acha mais inspiradora?

MJ: Eu adoro o sermão da montanha. Eu amo a estória quando os apóstolos discutem entre eles para saberem quem era o maior e Jesus diz, " Deveras eu vos digo: A menos que deis meia volta e vos torneis como criancinhas, de modo algum entrareis no reino dos céus," Eu penso que foi perfeito ele dizer isso. Retornar a inocência.

SB: Alguém te disse que parecia que você estaria criando um Jardim do Éden [a conversa era sobre Neverland], sua visão própria de um paraíso perfeito, um refúgio de tudo o que você tinha visto, a insanidade dos adultos do mundo?

MJ: Você foi o primeiro.

SB: A história de Adão e Eva tem algum significado especial para você?

MJ: Claro. Claro.

SB: Você vê qualidade de criança neles?

MJ: Sim, eu gostaria de poder ter visto isso Foi um simbolismo? Foi real? Aconteceu mesmo? Eu fico confuso às vezes que haja uma fenda. Eu questionava os Anciãos ( no Salão do Reino não há pastores e sim Anciãos) que às vezes eles não sabiam responder.

SB: Você fazia muitas perguntas sobre a Bíblia?

MJ: Oh, sim. Eu sou do tipo de pessoa que pega o microfone e perguntava, " Bom, e isso e aquilo?" E eles respondiam, "Irmão Jackson, falaremos com você depois!" E apareciam com respostas engraçadas que não iam ao ponto.

SB: Adão e Eva eram dois seres perfeitos que era como crianças. Foram criados adultos, mas a situação deles é única porque eles era crianças também. Eles apenas nasceram, apenas foram criados. Então a perfeição deles jaz no fato de serem adultos e crianças ao mesmo tempo. Eles representam a amalgamação das duas virtudes. Então essa é a estória central do que estamos tentando desenvolver, de pessoas serem adultas do lado de fora, mas sempre retém suas qualidades de criança por dentro. Então essa estória sempre significou alguma coisa para você?

MJ: Mas o que não faz sentido para mim é que Deus os tenha testado [ com o fruto proibido]. E se você é Deus deveria saber o que viria. E se voce é Deus, por que testar sua criatura perfeita que não deveria errar? E por que julgar e impelir tal raiva neles, afastá-los e tentá-los com uma serpente? Um Deus faria tal coisa? Eu faria isso com seus filhos? Não eu não faria. Eu não estou aqui tentando julgar Deus ou criticá-lo de algum jeito, mas às vezes eu acho que é um simbolismo para nos ensinar certas lições. Eu não sei se realmente aconteceu. Eu não levaria seu bebê ou nenhum de seus filhos para ver se eles fazem algo de certo ou errado. E depois ter duas crianças [Cain e Abel]. ... Foi incesto? Eles eram dois meninos e como tiveram filhos? E todas essas coisas que eles não sabiam responder para mim. *

SB: Essas eram as perguntas que você fazia para os Anciãos?

MJ: Uhuh.



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